Quero despedir-me de Si...
Em menos de 48 horas, estarei a embarcar para o Reino Unido, numa viagem só de Ida!!!
Estas foram as palavras de Pedro, que escreveu, ao Presidente da República, Cavaco Silva. Pedro, é mais uma estatística do pouco comprometimento do nosso Estado, de um investimento sem retorno e de um acréscimo de precariedade nos jovens licenciados.
E a única forma de resolver este genocídio, é de expulsar o Povo, expulsar a Pátria, expulsar o Futuro...
Ao longo de uma História de mais de 8 séculos, os portugueses ainda não tiveram tempo e juízo para cuidar da própria "casa".
Primeiro, foram as guerras com os mouros para alargar o território e expulsá-los para o norte de África e as rivalidades com Castela para afirmar a independência na Península Ibérica; a seguir, veio a epopeia marítima e a construção do Império ultramarino que, pela extensão e complexidade, era tarefa que ia além das próprias forças - e acabou por se perder sem que o Reino dele tivesse tirado grandes vantagens e fortunas; por fim, o País sofreu as invasões francesas, ficou para trás em relação aos outros europeus na industrialização, passou por desfeitas e vexames no crepúsculo da monarquia, não evitou o bota abaixo da República e da "formiga branca" e acabou, depois de 40 anos de Estado Novo e de algumas décadas de desvario pós-revolução de "25 de Abril , por estender a mão à Europa a fim de evitar o naufrágio e a bancarrota.
Desde o 25 de Abril de 1974, já passámos por cinco recessões. Todas elas com as suas características próprias, todas elas resultando de causas e decisões internas, mas operando num enquadramento económico cada vez mais aberto, ou seja, mais exposto às grandes variações da conjuntura económica europeia e internacional.
Em 1977/78 deu-se o primeiro programa de estabilização das contas nacionais e públicas por parte do FMI e, com ele, o recuo do produto interno. Ele tornou-se necessário pelos excessos pós-revolucionários, que desalinharam os custos de produção (em especial, os salários), da produtividade e a competitividade das exportações, ao mesmo tempo que o País tinha de absorver o regresso de centenas de milhares de cidadãos fugidos de Angola e Moçambique.
A desvalorização do escudo e a escassa conflitualidade social fizeram com que se atingissem os objectivos com notável rapidez. Só que, passados escassos cinco anos, foi preciso chamar de novo o FMI para novo aperto.
Entre 1980 e 1982, duplicou a dívida pública. Quando o Governo Mário Soares/ Mota Pinto entra em funções (1983), havia divisas para pagar uma escassa semana de importações. Este segundo aperto foi o mais gravoso socialmente: despedimentos, bandeiras negras da fome em Setúbal, poupança forçada de meio 13.º mês.
Seguiu-se a recessão de 1993, na onda do abrandamento geral causado pelo segundo choque petrolífero. A desvalorização do escudo foi arma para repor a competitividade perdida.
Mas esse recurso estava-nos vedado em 2002/2003, quando o País voltou a estar de "tanga", e na grande crise 2008/2009, cujas sequelas a nível da correcção do défice e da dívida pública temos agora de pagar com mais sacrifícios.
Fonte : Expresso e D.N
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