O que é o tempo?
O tempo é uma grandeza física presente não apenas no quotidiano como também em todas as áreas e cadeiras científicas. Uma definição do mesmo em âmbito científico é por tal não apenas essencial como também, em verdade, um requisito fundamental.
Contudo isto não significa que a ciência detenha a definição absoluta de tempo: ver-se-á que tempo, em ciência, é algo bem relativo, não só em um contexto cronológico - afinal, as teorias científicas evoluem - como em um contexto interno ao próprio paradigma científico válido actualmente.
Em outras palavras, o tempo é uma componente do sistema de medições usado para sequenciar eventos, para comparar as durações dos eventos, os seus intervalos, e para quantificar o movimento de objectos. O tempo tem sido um dos maiores temas da religião, filosofia e ciência, mas defini-lo de uma forma não controversa para todos - em uma forma que possa ser aplicada a todos os campos simultaneamente - tem eludido aos maiores conhecedores
Na física e noutras ciências, o tempo é considerado uma das poucas quantidades essenciais . O tempo é usado para definir outras quantidades - como a velocidade - e definir o tempo nos termos dessas quantidades iria resultar numa definição redundante . Por influência da teoria da relatividade idealizada pelo Físico Albert Einstein, o tempo vem sendo considerado como uma quarta dimensão do continuum espaço-tempo do Universo, que possui três dimensões espaciais e uma temporal.
Desde a pré-história que o Homem ficou deslumbrado pela sucessão dos dias e das noites e pelo desenrolar das fases da Lua: estes fenómenos conduziram às noções de dia e de mês. A noção de ano é menos evidente e foi só com o desenvolvimento da agricultura que os povos primitivos se aperceberam do ciclo das estações. São, portanto, o dia, o mês lunar ou lunação e o ano os períodos astronómicos naturais utilizados em qualquer calendário.
Os egípcios subdividiam o dia e a noite em períodos de doze horas cada um desde pelo menos 2000 AC, o que levava a que a duração de uma hora variasse com a estação do ano.
Os astrónomos gregos Hiparco (c. 150 AC) e Ptolemeu (c. AD 150) subdividiram o dia de maneira sexagesimal e usaram a hora média como (1⁄24 dia), fracções de hora (1⁄4, 2⁄3, etc.) e tempo-graus (1⁄360 dia ou quatro segundos modernos), mas não minutos modernos ou segundos.
O dia foi subdividido sexagesimalmente, ou seja por 1⁄60, depois 1⁄60, depois 1⁄60 sucessivamente, até 6 casas depois do ponto sexagesimal (uma precisão de mais de 2 micro-segundos) pelos babilónicos depois de 300 AC.
Os babilónios não usavam a hora, mas sim a hora-dupla (120 minutos), o minuto grau (4 minutos) e a cevada com duração de 31⁄3 de segundo (equivalente ao helek hebraico) , porém não subdividiam de maneira sexagesimal essas unidades menores de tempo.
No ano 1000, o erudito persa al-Biruni calculou as luas novas de semanas específicas como sendo um número de dias, horas, minutos, segundos, terços e quartos depois do meio-dia de domingo.
Em 1267, o cientista medieval Roger Bacon definiu o horário de luas cheias como um número de horas, minutos, segundos, terços e quartos ( horae, minuta, secunda, tertia, e quarta ) depois do meio-dia de datas específicas do calendário. Apesar de um terço de 1⁄60 de segundo permanece em algumas línguas, como por exemplo polonês(tercja) e turco (salise), o segundo moderno é subdividido decimalmente.
Historicamente, o segundo era entendido como 1/86400 de um dia solar médio (ou 1/3600 de uma hora, ou 1/60 de um minuto), sendo assim definido em relação às dimensões e a rotação da Terra.
Note-se que o dia solar não é exactamente o tempo da rotação da terra; a diferença entre ambas as medidas se dá pelo facto de que, ao longo de um dia, a terra percorre uma fracção de sua translação em torno do sol. No entanto, entendeu-se que a rotação terrestre era demasiadamente imprecisa e por isso se optou por usar uma fracção da revolução da Terra em torno do Sol, definindo-se ( em 1954 e ratificado em 1960 pela 11ª Conferência Geral de Pesos e Medidas ) o segundo como 1/31 556 925,9747 do tempo que levou a Terra a girar em torno do Sol a partir das 12 horas do dia 4 de Janeiro de 1900.
Com o desenvolvimento de relógios atómicos, tornou-se mais fácil medir a duração da transição entre dois níveis de energia de um átomo ou molécula. Isto tornou também possível medir o tempo com maior precisão que utilizando a definição corrente. Assim, a 13ª Conferência Geral de Pesos e Medidas, em 1967, substituiu a definição do segundo:
O segundo é a duração de 9 192 631 770 períodos da radiação correspondente à transição entre dois níveis hiperfinos do estado fundamental do átomo de césio 133.
Tempo Atómico Internacional (TAI) é o padrão de tempo para fins científicos é uma contagem contínua de segundos determinada não através de um mas sim através de vários relógios atómicos espalhados ao redor do globo.
O Tempo Universal Coordenado (UTC) é a base de tempo para fins de natureza civil. Desde Janeiro de 1972 este foi definido de forma síncrona ao Tempo Atómico Internacional, diferindo deste sempre por um exacto número de segundos, valor este regularmente ajustado - via de regra uma vez ao ano, em 30 de Junho ou 31 de Dezembro - em função do acréscimo dos chamados segundos bissextos. Os segundos de salto têm por objectivo manter o tempo UTC também coordenado de forma mais próxima possível com o tempo solar médio, este último definido em função dos movimentos de rotação e translação da Terra. Ambos os sistemas TAI e UTC usam a definição de segundo baseada na radiação do césio 133, sendo dois intervalos de tempo de 1 segundo, quando mensurados cada qual com base em um dos sistemas, idênticos.
O Tempo Médio de Greenwich (GMT) é um padrão antecessor do tempo UTC, remontando suas origens ao ano de 1847. Usando telescópios ao invés de relógios atómicos, o tempo GMT é calibrado através do tempo solar médio conforme determinado no Observatório Real de Greenwich, no Reino unido, local pelo qual passa o meridiano com longitude zero - origem do eixo de longitudes no sistema de coordenadas geográficas. Tempo Universal (UT) é o nome do sistema de tempo moderno baseado em telescópios, adoptado em 1928 pela União Astronómica Internacional como substituto ao GMT. As observações no Observatório de Greenwich cessaram em 1954, embora o local ainda seja utilizado como ponto de referência para o sistema de coordenadas geográficas. O segundo conforme definido pelos sistemas UT e GMT podem, por razões técnicas quanto à definição, apresentarem ligeira discrepância em relação ao Tempo Universal Coordenado.
Fonte : Wikipédia
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